Aos leitores,
Aviso que atendi alguns pedidos de amigos para escrever sobre a greve de forma não imparcial. Fiz uma síntese dos acontecimentos, pois sim, são muitos, mas o essencial pra se entender a situação está aí.
Já digo antecipadamente que expresso minha opinião de forma nítida e que estou a disposição para maiores conversas e ideologias.
Por fim, a formatação do texto não está como queria, mas eu não estou tendo a devida paciência de arrumá-lo.
Boa leitura!
Marina Urizzi
Marina Urizzi
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Por que parou? Parou por quê?
Ontem (17) cheguei ao IFSP-Campus Sertãozinho e me deparei com a portaria assim.
E lá dentro:
Ninguém tá vendo o meu reflexo no espelho. #Abafa
No Brasil, infelizmente, quando uma instituição pública não vai bem, ocorre uma paralisação geral, ou ao menos de grande porte, para que as autoridades possam observar e zelar por esta esquecida.
Pois bem, como estudante do segundo ano do curso Técnico em Química pelo Instituto Federal de São Paulo, estou tendo a ‘’oportunidade’’ de ver uma greve Federal bem de perto e assim, analisar as causas, as posições e futuras conseqüências.
Tudo começou com o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), o qual enviou um comando de paralisação nacional para os dias 15 e 16 de junho com intuito de revisão e discussão das novas regras impostas.
Para quem não sabe, os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia educam jovens com cursos técnicos integrados ao ensino médio e cursos superiores que estão espalhados Brasil a fora. Já de longa data, são instituições regadas de premiações por inúmeras formações e encaminhamentos ao mercado de trabalho.
Das causas
Recentemente, muitas reivindicações passadas e presentes estão sendo fortes o bastante para paralisação de salas de aula e laboratórios.
Falando do caso que tenho a oportunidade de ver por aqui, ocorre que, devida expansão de campi, alguns campus já existentes, porém recentes, cederam professores e estrutura para suprir essa necessidade de, de...
Necessidade de expansão ou de campanha política?
Não podemos ser contra a expansão dos institutos e conseqüentemente, da educação de qualidade e claro, formação de qualidade, mas, a partir do momento que isso atinge outro campus com professores e alunos, deve sim ser revisado e planejado para que não haja mais problemas do que o necessário.
Então fica assim... Mais ou menos aqui... Mais ou menos lá...
E só pra finalizar esse tópico de estrutura física e de corpo docente, muitos alunos de IF reivindicam quanto o contrato de professores, já que muitos acabam no meio do ano e aí começa: complicação pra ter novo professor, que leva a reposição desnecessária no futuro.
Mas o grande comentário para essa greve de nível federal tem sido o Projeto de Lei 549/09 - congela salários dos servidores públicos por 10 anos. Realmente, não preciso me estender ao lembrá-los do quão é desvalorizado o professor no Brasil e o absurdo que é o congelamento de salário...
E o mais revoltante não só para mim, como para todos os professores: atribuição de carga abusiva aos professores, onde só para se ter uma ideia, após a realização de alguns cálculos, obteve-se uma média de 23 minutos para que o professor possa organizar cada aula a ser ministrada. Tempo esse que tem de ser dividido ainda para a correção de provas, trabalhos e preenchimento dos diários.
Sinto cheiro de escola estadual no ar...
Vale frisar que o movimento se estende a algumas Universidades Federais e um campus da USP, em Lorena. Cada qual em sua reivindicação.
Dos discentes
Como aluna, ou discente, vejo toda a situação sem poder fazer algo realmente significativo, já que a greve cabe aos professores, mesmo sabendo que essas situações atingem o meu aprendizado e formação.
Então o que a gente faz? Dorme até tarde?
É, pode até ser, mas...
O aluno tem direito de apoiar ou não a greve. Tem o direito e dever de se informar sobre o motivo de ficar em casa e não cumprir sua carga horária de curso. O aluno que apóia a greve por achá-la justa tem o direito de cobrar do professor que não está participando uma explicação por isso, aliás, o aluno que apóia tem o direito e dever de conscientizar não só esse professor dos prejuízos que viram caso essas medidas sejam realmente colocadas, como também, devem informar pais e comunidade do acontecido.
Educação pública e de qualidade cabe ao Estado, diretor, professor, aluno e aos pais.
Do futuro
Todos deveriam levar em consideração a importância da valorização do ensino público Federal, tanto para o ensino técnico/médio quanto o ensino superior (tecnólogo, licenciaturas e engenharias), afinal, se essas reivindicações não forem aceitas, certamente teremos professores menos contentes que levaram o nível das salas de aulas para o fundo do poço, e assim, levando à falência talvez a única escola pública de qualidade no Brasil.
A greve está aí e a sua proporção está interessante. Resta esperar.
Para informações sindicalistas: http://www.sinasefe.org.br/
No twitter, #FederalEmFreve
Marina Urizzi está aproveitando a greve para estudar e recuperar nota baixa.
A greve esta bem fundamentada e creio eu que os professores merecem nosso apoio nesse momento.
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